Dr. Fabrício Batistella Zasso
Dr. Humberto Hepp
Dr. Marco Antonio Scirea Tesseroli
Médicos do Hospital Unimed Chapecó desenvolveram trabalho inédito que permite que cirurgia tradicionalmente realizada sob anestesia geral – a parotidectomia - possa ser feita sob anestesia local e sedação, associada a monitorização do nível de atividade cerebral.
A pesquisa, desenvolvida pelo Cirurgião de Cabeça e Pescoço, Dr. Marco Antonio Scirea Tesseroli, conjuntamente com os anestesiologistas Dr. Fabricio Batistella Zasso e Dr. Humberto Hepp, entitulada “Parotidectomy under sedation and locoregional anesthesia with monitoring of brain activity”, foi publicada na revista Head and Neck, um dos periódicos mais conceituados da especialidade mundialmente.
A parótida e’ uma glândula que produz saliva e está situada na face. Ela pode ser sede de tumores, benignos e malignos e, nesses casos, faz-se necessária sua remoção cirúrgica, a chamada parotidectomia. Apesar de ser tradicionalmente realizada sob anestesia geral, ela pode ser indicada sob anestesia local e sedação nas seguintes circunstâncias: a) pacientes que não desejam a anestesia geral por motivos pessoais; b) como uma opção para aqueles pacientes que tenham tido efeitos indesejáveis em anestesia geral previamente; c) uma solução para pacientes com importantes alterações clinicas em que a anestesia geral gere riscos significativos. As vantagens dessa técnica são: diminuir o tempo de ocupação da sala cirúrgica, favorecendo a dinâmica hospitalar; reduz gastos hospitalares; e propicia uma recuperação mais rápida do paciente e alta hospitalar mais precoce, fato esse muito valorizado pelos clientes, que preferem retornar ‘a casa a passar a noite no hospital. A todos esses pontos positivos está atrelada a segurança do procedimento, que possibilita a monitorização da atividade cerebral através de um equipamento chamado BIS® (bispectral index).
Essa não é a primeira vez que a equipe traz inovações. Já em 2011 Dr. Marco Tesseroli foi premiado no Congresso Brasileiro de Cirurgia de Cabeça e Pescoço por apresentar cirurgia, inédita no país, que permite que após a remoção de câncer das cordas vocais o paciente restabeleça a fala através da interposição de um segmento de alça intestinal.
Os médicos salientam que, no Brasil, geralmente apenas grandes instituições de ensino possuem trabalhos publicados em revistas médicas desse nível e isso demonstra que não estamos aquém, e podemos desenvolver pesquisas inovadoras e de real utilidade clínica.
Os estudos não param! Novas linhas de pesquisa estão sendo desenvolvidas com o uso da ultrassonografia no auxilio da anestesia em cirurgias da tireoide, bem como a associação de anestésicos locais para diminuir o volume necessário de outras drogas anestésicas e melhorar a analgesia pós-operatória na tireoidectomia. Dentro em breve os pacientes de Chapecó e região poderão ser novamente os primeiros a se beneficiar.